O destino final

Tenho a impressão que meu gosto por viagem é meio peculiar.

Desde que fiz uma viagem de bicicleta, entendi que eu gosto mais do caminho que o destino. A viagem de bicicleta foi cruzando a extensão do estado de Minas Gerais e durou 16 dias com o destino final a cidade de Paraty. Amyr Klink, aventureiro e escritor, descrevia a cidade de Paraty como um dos melhores locais do mundo para se estar por vários se vários motivos. Achei que seria um bom lugar para um destino final.

Só que não!

Acredito que a melhor maneira de se decepcionar é colocar muitas expectativas em cima de algo. Depois de 16 dias pedalando sozinho, não era por menos que minhas expectativas pela cidade de Paraty eram altíssimas! A decepção foi proporcional as minhas expectativas! ENORME!!!

Foi então que eu li novamente um trecho de um livro do Amyr que me fez entender o motivo de minha decepção:

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Finalmente entendi porque o Amyr acha Paraty o melhor lugar do mundo e eu achei uma cidade chata e fedida! Porque Paraty é onde Amyr nasceu e cresceu, ou seja, o seu LAR! Não tinha como eu sentir a mesma coisa por aquele lugar! Dessa vez eu pretendo acertar no destino final! Meu próprio lar! Minha própria cidade chata e fedida!

SUZANO!

Links:

Blog da viagem de bicicleta: http://umtontoeumabike.wordpress.com/

É possivel viver viajando?

Há alguns anos fiz-me a seguinte pergunta:

“É possivel viver viajando?”

Bem antigamente houve um tempo em que os humanos não tinham casas.  Era uma sociedade nômade, onde um grupo humano instalava-se numa região, extraia todos os recursos da área e movia para o próximo local. Os humanos viveram dessa forma por aproximadamente 200 mil anos até que uma nova ideia surgiu e houve a chamada Revolução Neolítica! A grande ideia dessa revolução foi a invenção da agricultura! Um dia algum semi-macaco percebeu que se deixasse a semente no chão e tivesse água e calor, uma hora aquela semente cresceria e viraria uma planta quase igual a aquela da qual a semente foi extraída! Como engenheiro mecânico gosto mais dos semi-macacos que inventaram o fogo ou a roda, mas a agricultura também tem seus méritos! A partir daí, viver no mesmo lugar passou a ser considerado moderno e da última moda! Como as plantinhas não crescem da noite para o dia, os pessoal percebeu que teriam que ficar no mesmo lugar por um tempo esperando a comida crescer. Dessa forma os humanos deixaram de ser nômades e passaram a viver num lugar só!

Voltando ao questionamento inicial: Sim! É possível viver de maneira nômade! A humanidade viveu a maior parte do tempo dessa forma!

Muitas pesquisas foram feitas até que descobri um estilo de vida nômade que vem crescendo pelo mundo, o chamado “Nômades digitais” do inglês “Digital Nomads”. Esse pessoal defende que atualmente vivemos numa época muito propícia para este estilo de vida,  já que existe uma abundância de recursos nunca antes vistos em outras eras. Sem entrar muito em detalhes, é um pessoal que percebeu que para trabalhar era necessário apenas um computador conectado a internet. Dessa forma seria possível trabalhar estando em qualquer parte do mundo sem problemas. Pelo que percebi até agora, a maior parte dos adeptos dessa forma de vida tem 3 tipos de profissões: programadores de computador, fotógrafos e criadores de conteúdo digital.

O lado ruim disso é que eu não me encaixo em NENHUMA dessas profissões! Atualmente trabalho na administração da Nelson Pneus, um centro automotivo localizado na cidade de Suzano. Não sei dizer oque exatamente eu faço aqui, como é uma empresa pequena e familiar, já fiz varias coisas bem diferentes: Rebocar paredes, desenvolver planilhas, trocar pneu, selecionar pessoas e etc…

Já que quem não tem cão caça com gato(eu não tenho cão e tenho um gato gordo que não caça nada!), resolvi dar um jeito nisso! Vou usar minhas férias para testar esse modo estilo de vida! E se eu não conseguir trabalhar dessa forma tudo bem, afinal, estou de FÉRIAS!!!! =D

Tentarei trabalhar nessas 3 áreas comuns entre os nômades digitais:

1- Programador – pretendo dar um tapa numa relação de produtos enviados pelos fornecedores para adequar ao nosso sistema

2- Fotógrafo – bem… estou viajando, vou tirar fotos!

3- criador de conteúdo – TCHARAM!!!! O blog!

 

Segue alguns links de sites relacionados

http://nomadesdigitais.com – são os mais famosinhos nomades digitais do Brasil

https://www.youtube.com/watch?v=-04mgXClzL0 – nomad digital patrocinado pela National Geographic

Quero ser nômade

Suzano, 24 de julho de 2014

Lá estava eu fritando o cérebro no Excel e resolvi dar uma olhada na minha agenda. Quanto mais eu olhava mais ficava evidente que se eu quisesse tirar férias este ano, teria que ser dali a uma semana. Por uns instantes eu fiquei um pouco apavorado por perceber quão pouco tempo para planejar minha férias. O desespero passou logo em seguida depois que conclui que até então eu não sabia nem QUANDO e nem COMO seriam minhas férias esse ano. Definido o o QUANDO, só precisava do COMO.

Comecei a olhar o Google Maps e fiquei imaginando para onde seria legal ir. Olhei a China… Turquia… India… Italia… Zambia… Peru… Brunei… era evidente que eu não conseguiria visitar todos esses lugares dentro de um mês, talvez eu não conseguisse visitar todos esses locais dentro de uma vida!

 

PAUSA!!!

Antes de entrar nessa crise existencial preciso voltar um pouco a vida fritando o cérebro no Excel.

 

Atualmente estamos numa etapa de implementação de um novo sistema administrativo para a Nelson Pneus. Para isso precisamos colocar todas as informações do programa velho para o programa novo. O problema é que essas informações são diferentes entre um programa e outro e alguém precisa fazer com que eles fiquem iguais! Nem preciso falar muito que é um trabalho bem chato e que na maior parte do tempo não usa muito o cérebro já que é puramente mecânico(copia e cola). Para ocupar essa parte ociosa do cérebro comecei a ouvir algumas aulas de filosofia no youtube. Uma dessas aulas é de um tal de Clóvis de Barros Filho, um professor de ética da Usp.

Entre uma idiotice e outra ele levanta algumas reflexões até que interessantes. Uma desses reflexões ele fala sobre a finitude da vida, ou em outras palavras, que A VIDA VAI ACABAR! Ele comenta que quando nós torcemos para que o final de semana chegue ou que as férias cheguem, nós estamos torcendo também que a vida acabe!

 

Engenheiro que eu sou, resolvi fazer algumas contas!

Minha idade atual – 26,5 anos

Expectativa de vida do – 76,4 anos

ano – 56 semanas

final de semana  – 2 dias/semana

ferias – 30 dias

 

Considerando que o ano tem 56 semana, toda semana tem 2 dias de folga(sabado e domingo) e eu tire 1 mes de ferias por ano, podemos calcular o número de dias que poderia aproveitar a vida.

(76,4 anos – 26,5 anos)*(30 dias + (56-4)*2)

= 6686,6 dias

ou (/365 dias)

18,32 anos

 

* segue a fórmula pra quem quiser fazer a nota também!

10237,6 – (idade)*134 = (nº de dias aproveitáveis)

 

Fiquei um pouco chocado em saber que eu tenho menos tempo de “aproveitar a vida” que o tempo que já vivi!  E o pior, nesse periodo de 26 anos eu nem conheço o Brasil! Afff…

Percebi que seu quiser conhecer o mundo todo precisarei conhecer o mundo enquanto eu trabalho!

 

Transformar os dias de trabalho em dias aproveitáveis!

 

Esse é o objetivo dessas “férias”!